8.7.04
CONTRABAND – Velvet Revolver
It’s only rock and roll but.....so what ?
Durante anos, os fãs se perguntaram se Slash, Duff McKagan e Matt Sorum iriam passar o resto de suas vidas vendo Axl Rose denegrir o santo nome dos Guns N’ Roses em vão, sem ao menos esboçarem uma reação. Slash bem que tentou fazer algo com o Slash’s Snakepit, mas a coisa jamais decolou. Então, o jeito foi mesmo chamar os velhos companheiros de guerra e, juntos, arquitetarem um plano. Mas faltava uma peça.
Esta peça surgiu sob o nome de Scott Weiland, o atormentado e problemático cantor do Stone Temple Pilots, que após idas e vindas de sua banda, havia decretado o seu fim e se dedicado cada vez mais à sua eterna recuperação do mundo das drogas. Foi aí que ele deve ter pensado : quer melhor recuperação do que montar uma banda de rock com alguns dos maiores entendedores do gênero ? E é aí que a vaca torce o rabo.
No papel, o time era perfeito. Ainda mais com a aquisição de Dave Kusher, ex-Suicidal Tendencies. Acontece que eles se esqueceram de uma coisinha básica e primordial para uma banda de rock : a química. O hard rock é um dos gêneros que menos evoluiu ao longo do tempo ( talvez só perca para o reggae, mas isso é outra história ). Sempre foram necessárias algumas boas doses cavalares de suor y otras cositas más para fazer com que bandas como as próprias Guns N’ Roses e Stone Temple Pilots funcionassem. Doses estas que se traduziam em boas canções, química entre seus integrantes e o fator “estar-no-lugar-certo-na-hora-certa”, dentre outras coisas.
Definitivamente, não é o caso do Velvet Revolver. Os músicos são bons, o cantor é excepcional, a música produzida por eles tem um punch que vai agradar à garotada mas pára por aí. Não há um lampejo de criatividade, músicas inesquecíveis ou até algum elemento que possa se sobressair. É tudo muito linear, burocrático e chega a lembrar o Darkness em alguns momentos. Mas se pensarmos que o Darkness é um paródia...
Mais uma vez, a vontade que dá é de colocar os velhos e já clássicos discos de Guns N’ Roses e Stone Temple Pilots. Ou – heresia – torcer para que a prima-dona Axl consiga fazer algo melhor com seu “Chinese Democracy”. Talvez ele não tenha sido tão vilão da história como todos pensamos.