31.1.05

Que o mês de janeiro é fraco em lançamentos, todo mundo sabe. O que ninguém esperava é que 2005 fosse começar tão ruim. Pelo menos na modesta opinião deste que vos fala, nada que ouvi até agora mereceu uma resenha. Talvez, a cada dia que passe, eu esteja mais e mais com certeza de que a música pop morreu, e apenas alguns lampejos de criatividade aparecem de vez em quando para nos lembrar que ela pode renascer. Espero que o novo Beck me desminta.

*******

Senão vejamos. O que merece destaque neste início de ano? The Arcade Fire? Ok, fizeram um bom disco ("Funeral"), mas nada transgressor, inovador, instigante. O novo Mars Volta? Mesma coisa, apesar de ganharem alguns pontos a cada audição. Bright Eyes? Boa banda e disco ("Digital Ash In a Digital Urn"), mas ainda cai no mesmo buraco negro de Interpol, Tv On The Radio e Bloc Party.

********

Talvez o grande lançamento seja um não-lançamento. Ou um comeback. Li em algum lugar que o Gang of Four se reuniu para alguns shows e vai inclusive tocar no Coachella 2005. Agora sim, temos um motivo para nos alegrar. O GOF é simplesmente a banda que influenciou todas estas aí de cima. Está duvidando? Ouça os clássicos "Entertainment", "Solid Gold" e até os cantos-de-cisnes "Mall" e "Shinkwrapped" lançados já sem a formação original por trás (Jon King, Andy Gill, Dave Allen e Hugo Burnham). Pode parecer nostalgia de minha parte, mas a audição ininterrupta destes quatro álbums ultimamente me fizeram ver mais uma vez como a música pop dos anos 2000 está chata.

********

E já que o assunto é nostalgia, que tal ouvir um pouco de Traffic e reverenciar o recém-falecido Jim Capaldi? Tá bom, o cara gravou "Anna Júlia" em inglês. Mas a gente perdoa ele por isso. Afinal, ele era chapa de George Harrison e o baterista da banda em "Low Spark Of High Heeled Boys".

********

Quer saber? Música bacana mesmo é "The Blower's Daughter", que abre e fecha "Closer - Perto Demais", a nova obra prima de Mike Nichols em cartaz nos melhores cinemas da sua cidade.

********

E vem aí a primeira turnê brasileira de Lenny Kravitz. Uau, mal posso esperar. Me avisem os dias, viu? Quero estar bem longe.

13.1.05

COISAS OUVIDAS POR AQUI ENTRE O FINAL DE 2004 E O INÍCIO DE 2005, MAS AINDA NÃO DIGERIDAS.

DANNY THE DOG - Massive Attack
Anunciado como uma trilha sonora para um filme, pode ser considerado também o novo disco do MA. Mas não chega aos pés de qualquer um dos trabalhos anteriores deles.

THUNDER LIGHTING STRIKE - The Go Team
O som da Stax/Volt da década de 70 se encontra com o post-rock, o jazz e a eletrônica. Muito interessante.

WOLFMOTHER - Wolfmother
Black Sabbath e adjacências.

FRANCES THE MUTE - Mars Volta
O novo trabalho dos insanos, que dividiram opiniões no último Tim Festival. Desnecessário dizer que é insano. Mas também, o que dizer de um disco que tem apenas 5 músicas, sendo que uma tem a duração de 31 minutos? Um EP? Progressivo? Hard Rock? Apenas indefinido e sublime.

REJOICING THE HANDS e NINO ROJO - Devendra Banhart
Os dois discos de Devendra Banhart frequentaram as listas dos melhores de 2004 de quase todas as publicações européias e algumas americanas. Não é nada de mais. Na linha de Nick Drake, Elliot Smith e outros. E a voz dele me incomoda um pouco.

HOUSES OF THE MOLÉ - Ministry
A volta deles à boa forma, de "Psalm 69" e "The Mind is a terrible thing to taste".

10.1.05

O primeiro post de 2005 é para anunciar que este blog está passando por reformas. Dentro em breve, voltaremos com nossa programação normal.

This page is powered by Blogger. Isn't yours?